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19 de agosto de 2014

Too Cold To Be Without You - 4


Amanda

Meus olhos estavam fixos na televisão, mas minha mente estava naquela tarde. Cada segundo, cada instante, desde o momento que entramos na loja de tatuagens até ao momento em que fugi de sua casa. Bem, não foi propriamente fugir, foi mais sair a socapa.
Não tinha coragem suficiente para olhar para ele, nem sabia ao certo o que tínhamos acabado de fazer, o que significava, se significava alguma coisa. Conhecendo-o como conheço não havia significado algum, e apesar de saber isso continuava a doer tudo por causa das suas regras insensíveis.
A porta da entrada bateu acordando-me do transe em que me encontrava, e fazendo-me tirar os olhos da televisão.
Alena, minha irmã mais velha, tinha acabado de entrar, estava diante ao espelho arrumando seus cabelos e apertando suas bochechas, dando alguma cor devido a palidez que tinha depois dos seus actos. Tinha deixado-me sozinha vendo o filme que ela tinha escolhido depois do jantar, escapuliu-se para ir ter com Isaac, seu namorado, assim que os pais tinham ido deitar-se.
- Ei! – Seus dedos estalavam diante de meus olhos, alguns centímetros de distância, despertando-me dos meus pensamentos – Você hoje está viajando muito, mocinha – atirou-se ao sofá onde me encontrava.
- Pensando em algumas coisas – comentei dando novamente atenção ao filme.
- Michael pediu-te em namoro? – Questionou com a sua voz demasiado aguda, mostrando seu entusiasmo.
- Não – respondi o mais rápido que pude, não conseguindo disfarçar a carranca que surgiu no meu rosto com a sua suposição – Nem sequer gosto dele – confessei mais uma vez meus sentimentos.
- O quê? – A sua voz saiu ainda mais aguda – Como assim não gostas do Michael? – A surpresa da minha confissão estava sendo demonstrada até nos seus poros.
- Não gostando – respondi – Era só um fascínio, curiosidade – expliquei.
- Então se não foi o Michael, quem é o macho que deixou-te assim, aluada? – Sentou-se a chines no sofá, virada na minha direcção após desligar a televisão, para que toda a nossa atenção esteja na conversa que não pretendia, mas precisava ter.
- Porque tem que ser o sexo oposto responsável? – Virei-me para ela também.
Nos seus lábios formaram-se um sorriso pequeno e bastante caloroso, um sorriso que parecia que ela tinha feito uma descoberta e que tinha agradado-a.
- Que foi que o Steven fez? – A menção do seu nome fez-me engasgar com a minha própria saliva, como isso era possível? Não fazia a mínima ideia. Porém foi exactamente o que tinha acontecido. O que ele fez? O que tínhamos feito? O que tinha acontecido naquela tarde? Lembrar de tudo não era bem a ideia que tinha para passar o resto do dia, mas eu precisava deitar tudo fora, confidenciar a alguém, e não podia ser o Steven, então teria de ser a Alena.
Seus olhos estavam arregalados e a boca aberta. Nem sequer vendo-me aflita quebrou a surpresa que ela sentia.
- Ele finalmente declarou-se? Finalmente! – As palavras saiam de sua boca como se estivesse cantando “Aleluia”. Alena achava que Steven morria de amores por mim e que era essa uma das razões que o único relacionamento sério dele era a nossa amizade. Ela acreditava tanto nisto que fez meu pai ter a mesma crença, e com isso surgiu a proibição do Steven ir para o meu quarto, o que não serviu para nada, porque nada impediria o Steven de ter o que ele quer e quando quer.
- Não sei de onde tu tiraste essa ideia – revirei os meus olhos – Ele só gosta de mim como amiga, ou nem como isso – novamente as regras do meu melhor amigo tomaram controlo da minha mente.
- Oh – Alena gemeu ou fez algo assim – Céus nos acudam – seu queixo estava novamente caído, provavelmente as duas horas de amasso devem ter dado cabo do seu maxilar e ela não consegue ficar com a boca fechada por muito tempo – Tu estás apaixonada – voltei a encara-la – Pelo Steven – cobriu os seus lábios não acreditando no que tinha acabado de dizer.
- Não – minha voz saiu fraca e nada credível, e o seu olhar de “me engana que não compro” estava depositado em mim – Eu não sei – confessei – Acho que sim, eu não posso – meus dedos brincavam um com o outro – Ele tatuou meu nome no peito – contei a minha irmã.
Mais uma vez, lá estava ela com a boca aberta sem temer que algum insecto voador entra-se.
- Conta-me essa história todinha – pediu curiosa.
“Ainda estava incrédula desde o momento que Steven disse ao Luke, o tatuador, o que ele iria fazer naquela tarde. Não consegui nem mesmo tirar aquela ideia estúpida dele escrever meu nome, o sorriso que ele deu-me ao dizer o meu nome ao Luke tirou-me do Mundo, até agora que entramos em sua casa.
- Porquê?- questionei-o assim que entramos no seu quarto.
- Porquê o quê? – Atirou sua mochila para algures no quarto e sentou-se na cama para poder descalçar.
- Meu nome! Você tatuou meu nome! – Corri minhas mãos pelos meus longos fios e olhos fixos no meu melhor amigo que tinha um sorriso estupido no rosto.
- Não gostaste? – Questionou – Agora já não há volta a dar! – Mostra-me a sua língua comprida enquanto tirava a camisola.
- Eu vou arranjar dinheiro para você remover isso – avisei-o sentando-me na sua cama.
- Você odiou assim tanto? – Sua expressão fácil já não era assim tão divertida.
- Você gravou meu nome na sua pele – isso não era assim tão óbvio de se compreender. Estava tendo um ataque de pânico, meu melhor amigo tinha tatuado meu nome por cima de seu coração.
- A maioria das raparigas teria amado ter seu nome marcado em mim para sempre – disse abrindo o zipper de sua calça.
- Você não esta a espera que eu faça o mesmo?
- Não – respondeu retirando uma toalha do seu roupeiro – Não pense demasiado, tá? – pediu sentando-se na cama, tendo seu rosto a centímetros de distância do meu – É só o meu jeito de dizer que te amo – levantou-se da cama e entrou no banheiro”
- E ainda você diz que eu ando viajando? – Alena interrompeu-me – Ele é teu maninha – disse vitoriosa.
- O Steven não é de ninguém – avisei-a.
- Não tenhas tanta certeza disso! – Seu sorriso vitorioso ainda ocupava seus lábios enquanto ela ligava a televisão. Deixando-me irritada, e novamente as regras do Steven vieram a minha cabeça.
1) Nunca a mesma rapariga
2) Namoradas de amigo, só se ainda não tinha experimentado
3) Alena, nem pensar!
4) Oral, só em virgens.
5) Nunca fazer sexo com alguém de que gosto, ou amo.
- Mas eu tenho – rebati – Ele nunca faz sexo com alguém que ama – os olhos de Alena caíram sobre mim numa maneira demasiado dramática para o meu gosto.
- Não diz que …
- Sim – interrompe-a – Não sei como, mas uma hora eu estava fazendo a barba dele, outra nos beijávamos e depois eu despertei nua na cama dele e ele ali do meu lado com braço na minha cintura e a respiração a embater na minha nuca – disse quase gritando de incredulidade.
Como não conseguia acreditar no que tinha feito? Se ainda senti o toque de seus dedos por meu corpo, a maciez dos seus lábios pressionados nos meus.

Steven

Do andar de baixo não se podia ouvir nenhum som se não o da televisão. Não fazia ideia se ela ainda estaria lá com Alena, tudo que consegui ouvir foi quando seus pais vieram para o andar de cima, e aí já estava esperando por ela por duas horas.
Não sabia o que dizer, como me desculpar. Não sabia nem como aquilo tinha acontecido.
Apenas tinhas os seus olhos vagueando pela minha mente o dia inteiro, e coisas estranhas que desejavam que ela estivesse mais próxima. Que ela fosse tão minha quanto eu desejava.
Confiava mais nas suas mãos do que qualquer barbeiro, foi ela que tinha feito-me a barba pela primeira vez e gostava disso. Era simplesmente isso que queria, era simplesmente esse meu objectivo quando a pedi que ela sentasse-se no meu colo, logo depois que tinha saído do banho.
Por que porra ela tinha que ser tão encantadora?
Meus olhos vagueavam por cada centímetro do seu rosto, enquanto sua concentração estava na lâmina que percorria minhas bochechas.
Não direi que era diferente do que senti com as outras raparigas, quando nossos olhos se encontraram. Eu a queria, queria que estivesse unido a ela. Não queria fodê-la! Queria conhecê-la melhor que a conheço, essa era única diferença. Os sentimentos eram simultâneos, mas com um objectivo diferente, eu não queria sexo, queria fazê-la minha, quando tudo que ela devia ser minha é uma melhor amiga.
Mas Amanda permitiu, a culpa não era ao todo minha.
Ela beijou-me também, os seus lábios ansiavam os meus como os meus ansiavam os dela, nossas línguas dançaram por horas.
Do mesmo jeito que eu a queria, ela queria-me. Quando nossos corpos tornaram-se um, ela gemeu o meu nome. Nós tínhamos feito aquilo juntos, apesar de ter sido eu a começar. Porém precisava saber se ela sentiu o mesmo que eu? Pois se for diferente, muita coisa iria mudar.
Levantei-me da cama assim que ouvi a porta do quarto a abrir-se. Suas mãos ligaram o interruptor antes mesmo dela ver-me ali.
Ao contrário do esperava, ela não se assustou quando viu-me parado no meio de seu quarto.
- Era assim tão óbvio? – Questionei enfiando minhas mãos no bolso das minhas jeans.
- Não – sua voz saiu fria – Apenas não estou surpreendendo-me com mais nada, hoje – desviou seu olhar para outro canto do quarto.
- Não tenhas vergonha – pedi – São coisas que acontecem, Amanda – o som frio da sua gargalhada baixa fez-me engolir a seco.
- Aquilo não podia ter acontecido – informou o óbvio.
- Mas aconteceu! Ia acontecer há qualquer momento – expliquei – A diferença é que foi comigo - sorri fraco.
- Não é minha virgindade, Steven - deu-me uma informação nova – Foi o que mesmo o que aconteceu.
- O que é normal – disse fingindo acreditar no que lhe dizia.
- É normal termos feito amor?
- Sexo – corrigi-a – Alguns amigos fazem sexo.
- Podes ir embora – sua voz saiu ainda mais fria que anteriormente.
- Pensei que devíamos falar? – Era a coisa mais certa a fazer obviamente, conversarmos ao invés de fugir.
- Não quero falar agora – avisou-me – Só quero que te vás embora.
- Não quero perder-te Amanda – confessei.
- O que isso significa? – Ela questionou fazendo-me revirar os olhos. Mas que mensagem enigmática há por trás da frase “ Não quero perder-te” para significar outra coisa se não o que as palavras dizem. MULHERES!
- Não sei – respondi.
- Que tal falarmos quando souberes – falou dirigindo-se para a sua cama.
- E até lá? – Disse sentando-me do seu lado.
- Até lá, tu és o Steven e eu a Amanda – respondeu com os olhos fixos em alguma parte nada interessante e já conhecida do quarto
- Os melhores amigos? – Disse virando seu rosto para a minha direcção.
- Steven, nós nunca voltaremos a ser melhores amigos, depois do que aconteceu – disse com os seus olhos castanhos fixos nos meus.
E mais uma vez o sexo dominando a minha vida. Por que eu fui quebrar minha maldita regra?
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Olá bebés! Como estão? 
Sei que era para postar ontem, mas não consegui acabar o capítulo porque não sabia como começar o pov do Steven.
Então? O que há para dizer sobre o nosso penúltimo capitulo de TCTBWY??
Se vocês me fizerem sentir especial quando ler os comentários farei a Amanda rir, ou darei um final mais real, e princesa ninguém morri não!
Beijos até amanhã! 
Domingo, estreia de Who?




6 comentários:

  1. Desculpa não ter comentado no capítulo anterior.
    Detestei o Steven nesse capítulo.Realmente.
    Posta logo.
    Beijos :)

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  2. Hey
    O capítulo ficou incrível!
    Penúltimo, já? Poxa :(
    Que fofo ele ter tatuado meu nome! Embora seja muita "responsabilidade", eu teria adorado isso! haha
    "Alena, nem pensar!" ri com essa!
    Que dó, ela pensa que ele não gosta dela... essa regra não faz sentido! kkk
    Estou muito curiosa com o final!
    Ah, eu que falei do seu blog à Jordana, ela amou, mas ainda não tinha comentado pela falta de tempo :)
    Até o próximo, beijos!

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  3. Afinal houve parte hot :O
    Não esperava por isso já que no início tinha dito que não iria aparecer por causa da idade da Amanda, mas gostei.
    Concordo com a Estela, também não gostei do Steven nesse capítulo. "Mas que mensagem enigmática há por trás da frase “ Não quero perder-te” para significar outra coisa se não o que as palavras dizem.", não gostei do que ele disse.
    Posta logo.

    Beijos.

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  4. penultimo! já! waw, o tempo passa. quero ver o Steven sair dessa...

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  5. Gostei muito do capítulo!
    Não sei porque não gostam do Steven. Eu acho que ele ainda não sabe bem o que fazer. Quanto à Amanda, não sei qual é o problema dela (com todo o respeito a ela mesma, estou apenas a falar dela na curtinha) o Steven é o melhor amigo dela e ela tem tanta insegurança. Difícil entender.
    Posta logo.

    Bjs :)

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  6. Hey, já passaram 10 dias, aconteceu alguma coisa?

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