Apoiei a cabeça na borda da porta que
dava acesso a cozinha. Tinha a minha mão ocupada com cobertores e almofadas,
enquanto meus olhos acompanhavam seus movimentos na minha cozinha, na busca de
uma bebida quente para podermos suportar o frio que iriamos sentir.
- Para uma portuguesa, tem pouco vinho
nesta casa – disse sem tirar os olhos da garrafa que tinha em suas mãos.
- Não sou de beber – avisei – Laura quem
compra essas coisas – avisei aproximando-me dele.
- Tua companheira de casa? – Questionou guardando
a garrafa rejeitada.
- E melhor amiga – esclareci – Graças a
ela que estamos indo ao nosso segundo encontro – avisei-o recebendo um olhar
confuso dele – Ela é que iria jantar contigo – disse deixando-o ainda mais
confuso.
- Minha mãe não falou-me de nenhuma
Laura – explicou-me pegando duas taças.
Claro que a mãe dele não iria falar de
Laura nenhuma, porque minha melhor amiga tinha mentido, tinha preparado isso
tudo para que saísse com alguém, idiota como sou caí na sua história
perfeitamente.
- Devo ter entendido mal – disfarcei –
Vamos?
- Nada de elevadores – pediu enquanto
nos dirigíamos para o exterior do apartamento, ri-me vendo o desespero no seu
olhar, e logo minha mente foi invadida por pensamentos demasiado curiosos – Que
foi? – Perguntou enquanto abria a porta que dava acesso as escadas.
- Nada – respondi sentindo meu rosto
queimar mais uma vez naquela noite, superando o recorde de uma vida inteira
corando.
- Estás a mentir-me – falou convicto –
Pergunta, não importa quão estranho for eu respondo – falou.
- Tu é que pediste – avisei subindo um
degrau da escada de costas – Tu disseste que és claustrofóbico – afirmei e ele
sorriu confirmando – Então você entra em pânico em lugares fechados – continuei
e recebi um sorriso torto dele.
- Mais ou menos – avisou-me – Depende de
quão fechado está – avisou.
- Então num quarto?
- Depende do tempo que eu fico nele, e
se tem janelas – esclareceu.
- E quando você faz sexo? – Tapei a boca
quando reparei naquilo que tinha perguntado.
Não precisava olhar para ele para ver o
choque em seu rosto, só de pensar tive a mesma reacção.
Continuei subindo a escada reparando que
ele não iria responder aquilo, nem sei mesmo como aquilo tinha saído de minha
boca. Parece que não tinha controlo do fazia, dizia ou pensava. Pior do que
sentia.
Até mesmo com a vergonha que tinha
passado, continuava a sentir-me confortável, a sentir-me bem. Pois sentia seu
olhar sobre mim, e apesar de não estar vendo sabia que ele estava sorrindo,
devido a minha pergunta ou a minha reacção ao ver quão atrevida a questão era
fora da minha mente.
Subi o último lance de escadas que dava
acesso a porta para o terraço e atravessei-a.
Aguardei apoiando-me na porta para não
fechar enquanto Sam se aproximava.
- Prefiro ao ar livre – sussurrou em meu
ouvido e depois caminhou para o interior do terraço.
Laura. Estava precisando dela e da sua
mente confiante e muito sábia. Precisava de alguma explicação para aquele calor
que tomou meu corpo ao ouvir sua voz rouca tão perto, tão suave. Só tinha
bebido quatro taças de vinho ao jantar, de onde estava saindo tanto calor?
- Isso é lindo! – Disse com os seus olhos
fixos no céu e os meus nele.
Seus olhos tinham um brilho ainda maior
quão a luz da lua e das estrelas reflectidas neles, pareciam mais claros, mais
brilhantes, mais cativantes.
Pareciam o paraíso, perfeitos, inesquecíveis.
- Obrigado – sorri para ele – Não encontraria
um lugar melhor – beijou-me o topo da cabeça.
Afastei-me embaraçada e estendi um dos
cobertores no chão cimentado do terraço e ele colocou as almofadas sobre ele.
- Fogo – reclamei reparando que só tinha
trago dois cobertores – Podemos partilhar? – Abanou sua cabeça aceitando e
deitou-se.
Deitei-me ao seu lado e cobri-nos. Seus
olhos em momento nenhum abandonaram o seu estrelado, e os meus não conseguiam
abandonar ele.
- Fecha um dos olhos – pedi deitando-me
de lado, virada para ele.
Obedeceu-me com um sorriso divertido nos
lábios que aumentou a medida que ele percebeu o que aquilo significava.
- Parece que está mesmo próximo –
comentou.
- Você conhece alguma?
- Não – respondeu – Apenas sou
apaixonado pela beleza delas – avisou olhando para mim – Sabes que és tão
bonita quanto elas?
- Sabes que assustas-me quando falas
assim? – Sentei-me abrindo a garrafa de vinho o mais rápido que conseguia.
- Jamais imaginei que algum dia em minha
vida conheceria uma mulher que ficasse incomodada por ser elogiada – disse pegando
na taça que tinha acabado de servir.
- E eu que teria um segundo encontro com
um inglês – disse dando um gole ao som da sua gargalhada.
- Acho que meus conterrâneos deixaram-te
com péssima impressão – comentou.
- Vocês são tão… misteriosos – disse pensando
ser a palavra certa – Difíceis de ler – expliquei-me melhor.
- Como tu! – Disse fazendo encara-lo –
Intrigante?
- Não sou difícil de ler – falei fingindo
esta ofendida enquanto posicionava-me melhor frente a ele e terminava o líquido
vermelho que tinha na taça.
- Tu pensas demasiado, e não fazes nunca
o que pensas – disse – O que dificulta-me a fazer ou dizer algo que queira
porque não sei como irás reagir – concluiu pousando a taça.
Os seus olhos abandonaram meus olhos e
desceram até meus lábios.
Seus dedos estavam gelados, o que
justificou o calafrio que percorreu meu corpo quando eles tocaram em meus
lábios, contornando-os. Meus olhos fecharam com o seu toque, como se meu corpo
necessita-se daquilo para poder apurar o sentindo do tacto, para poder apreciar
melhor o seu toque e nada mais.
O cheiro de uva e menta invadiu o ar que
inalava, sem precisar abrir olhos sabia que o seu rosto estava a milímetros do
meu.
Abre-os encontrando o verde que tinha
dominado a minha mente a noite inteira bem diante a mim. Sorri, simplesmente
sorri. E ele também sorriu e senti o outro toque. O toque de seus lábios.
Não sabia exactamente aquilo que estava
fazendo, nem porquê tinha permitido aquilo acontecer, porém o toque, a
suavidade e a simplicidade fazia explodir em mim milhões de sensações, que era
incapaz de entender como conseguia um corpo suporta-los todos.
Entreabre a minha boca ao sentir a
necessidade de mais, sentindo a sua língua explorar cada canto de minha boca.
Como se fosse uma dança, minha língua acompanhava
a sua e meu corpo aquecia ainda mais cada segundo que nossas bocas
exploravam-se. Parecia que o inverno tinha terminado em questões de segundos, e
um verão africano tinha tomado a noite, estávamos usando mais roupa que o clima
pedia.
Os seus lábios abandonaram os meus,
deixando-me completamente ofegante.
Os verde-claros de seus olhos, agora
estavam escuros, sedentos, do mesmo jeito que meu corpo estava.
E sem porquê ambos sorrimos e nossos
lábios estavam novamente unidos, mas já não havia calma, suavidade e
simplicidade. Mas sim sede, prazer e fome.
Não suportando o calor que pensava que
eu somente sentia, ele removeu seu casaco sem abandonar os meus lábios enquanto
fazia o mesmo com o meu casaco.
Nossos corpos não suportavam o calor que
tinha surgido, as peças de roupa que nos cobriam foram removidas uma a uma, com
urgência.
O seu toque em minha pele já não era
frio, mas provocava mesma sensação.
Apenas tínhamos nossas roupas interiores
cobrindo-nos e nem assim sentia o frio que antes era insuportável sentir.
O enorme desejo que sentia e via nos
seus olhos me importavam naquele momento, as suas mão percorrendo meu corpo, os
seus lábios em meu pescoço depositando pequenos beijos e mordidas, descendo ao
vale dos meus seios.
Meu corpo pedia por mais, eu queria
mais.
Levei minhas mãos ao seu rosto e
elevei-os para poder mais uma vez ver seus olhos.
- Para de pensar! – Pediu com os seus
lábios grudados nos meus.
- Sam… - pressionou seu indicador sobre
meus lábios.
- Sílvia faz aquilo que queres – disse penetrando
seus olhar nos meus. Deixando-me ainda mais enfeitiçada com as suas esmeraldas.
- É minha …- tentei falar e fui impedida
mais uma vez.
- Eu sei, não te irás arrepender –
murmurou com seus lábios sobre os meus.
“Não te irás arrepender”.
Tinha dito para mim mesma que se não
poderia mudar o destino, teria ao menos que mudar o caminho até ele, aquele
momento era a mudança.
“Para de pensar”, suas palavras se
repetiram na minha mente. Não tinha tempo para pensar. Tinha que aproveitar o
tempo que tinha para viver.
Tomei seus lábios, transmitindo neles
tudo o que sentia, tudo aquilo que ele tinha despertado em mim naquela noite. Tudo
que apenas conhecia na teoria. Os calafrios, as borboletas, o desejo e o
prazer. Eu o queria, e ele me queria
Debruçou meu corpo sobre o cobertor, e
deitou-se sobre mim.
Seus lábios e suas mãos exploravam meu
corpo enquanto tudo que conseguia fazer era sentir e expelir os sons que se
formavam na minha garganta.
Seus lábios húmidos entraram em contacto
com os meus seios fazendo percorrer uma nova corrente por meu corpo, fazendo-me
pressionar meu corpo contra o seu.
Quando seus lábios vieram encontro do
meu, inverti nossas posições e um sorriso maroto tomou conta de seus lábios que
logo uni aos meus.
Suas mãos eram incapazes de ficar quieta
enquanto minhas mãos acariciavam seu abdómen e meus lábios traçavam uma linha
recta desde seus lábios até a borda de suas bóxeres pretas.
- Vocês homens têm um enorme fascínio com
a linha interior da Calvin Klein – disse sentada sobre sua zona intima rindo ao
lembrar-me que os namorados de Laura usavam a mesma marca.
- Sílvia, tu não queres falar agora
sobre os meus fascínios – disse invertendo as nossas posições novamente.
- O que vamos fazer agora? – disse cobrindo
os meus seios, e logo fui repreendida com um olhar severo, e minhas mãos foram
presas no topo de minha cabeça.
- Fazer-te minha – ele respondeu.
Um desconforto, uma dor, uma sensação, e
depois conforto, movimentos, sensações, velocidade, gemidos, e mais gemidos, e
lentidão , tortura, e gemidos mais alto, a seu som, o meu som, os nossos nomes
em suspiros, correntes eléctricas, espalmo, meu corpo, seu corpo, um corpo.
- Acho que já não preciso mais procurar –
disse depois de uns minutos.
Tinha minha cabeça sobre seu peito e
suas mãos brincando com os fios de meu cabelo, seus batimentos estavam mais
calmos que a minutos atrás, e um sorriso estupido não conseguia abandonar os
meus lábios.
Primeiro encontro, primeiro beijo,
primeira vez e tudo na mesma noite e com o mesmo homem.
- Procurar o quê? – Questionei observando
meus dedos que percorriam seu tronco nu e definido.
- A pessoa certa.
Dei um enorme sorriso e sentei-me,
cobrindo-me com o cobertor e encarei-o.
- Sílvia – sentou-se rapidamente e com
os seus olhos perplexos.
- Que foi? – Questionei passando minha
mão livre por meu rosto, sentindo um líquido pegajoso percorrendo desde meu
nariz para baixo.
Não era o momento para aquilo acontecer.
Não era o momento para aquilo acontecer.
Eu tinha ainda alguns meses. Ou não?
_______________________________
Três Páginas completas e uns quantos parágrafos na quarta!
Grande, né?
Pena, que já vai terminar :'(
E Segunda terá nova Curtinha \o/ com Amanda como protagonista =D.
Esse capítulo complicou um pouco, não me sentia confortável em escrever um hot, porque só pensava isso é muito estranho, a menina vai ler Céus!, mas espero que tenham gostado.
Agora vou ler. Estou com febre e o nariz pingando, e vou ler até não poder.
Beijo, Até Amanhã :*
Adorei!
ResponderEliminarQuando li o hot só imaginei o Sam na vida real com a Laura.Foi muito estranho mas gostei :D
Sempre que vejo esse gif do Sam, suspiro. Ele tem covinhas tão sexys.Tudo nele é sexy mas ok...vou parar!
Confesso que às vezes lia o blog em casa do meu namorado e acho que vou ter que excluir o blog do histórico haha! Ele já sabe que é traído pelo Sam "psicologicamente", quer dizer, eu penso no Sam (aliás é um dos meus ídolos) mas estar num blog é outra coisa haha!
Existe uma foto do Sam em que ele está a sair do set de gravações de The Hunger Games em tronco nu e vê-se perfeitamente que os boxers são da Calvin Klein. Vou ter que saber porque razão eles só usam isso! haha.
Posta logo.
Beijos.
Teu adorei, relaxa-me (Ufa!)
EliminarE eu só ficava, " Como eu vou escrever isso, a menina vai ficar super embaraçada"
Se o teu namorado for como o meu, ficas na boa se deixares ele olhar a Laura :D
Parece obsessão deles, tão estranho, parece que não há outra marca de boxers :D
Já postei.
Beijos
A Sílvia ainda teve direito a um hot. Que lindo!
ResponderEliminarQue venha logo o final.
Beijos :)
Pois é! Sortuda a Menina =D
EliminarE tu acho que também serás :$
Obrigada.
Já esta aí, ele.
Beijos
"- Para uma portuguesa, tem pouco vinho nesta casa – disse sem tirar os olhos da garrafa que tinha em suas mãos" Bem, nós, portugueses somos grandes produtores de vinho mas não somos bons consumidores. Deixamos isso para os britânicos, americanos e alemães!
ResponderEliminarGostei do hot! Muito bom! E com esse Sam então...
Quero ler o final.
Bjs :)
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarInclui meu pai nessa lista. Normalmente quem Produz pouco consume :D
EliminarEstou pegando esse vosso amor todo agora, com os "gostei" "adorei" porque acho que com o final não ler nada disso :(
Já esta postado.
Beijo
estou a fazer uma countdown para o ultimo capitulo, não posso esperar
ResponderEliminarmelhoras Erii
EliminarNão precisa fazer mais, porque já ai está :D
EliminarObrigada Querida :D